quinta-feira, 13 de setembro de 2007

4. SITUAÇÕES ENGRAÇADAS, CURIOSAS...

Algumas situações são dignas de registro:

→ Visitando o centro histórico de Speyer, com um casal de amigos alemães, resolvemos conhecer uma sinagoga antiga, inclusive com uma piscina onde aconteciam banhos rituais de purificação. Udo e Zulmir já tinham entrado, Astrid e eu ainda na porta, quando ouvimos um alto “Halt” (Pare!). Então o “porteiro” mostrou um aviso na entrada: homens não podem entrar sem antes cobrir a cabeça – para não profanar o templo de Deus. Depois do susto e devidamente cobertos com a “Kippa”, todos pudemos visitar a sinagoga. Engraçado é que havia um jovem usando um boné, (que muitas direções de escola proíbem para sala de aula) mas ali ele estava perfeitamente adequado para entrar no templo de Javé!





→ Todos nós conhecemos, pelo menos de nome, a cidade São João Nepomuceno, aqui na zona da Mata – MG. Para nossa surpresa, descobrimos que ele é conhecido e querido na Europa também. Encontramos uma estátua dele no Süd-Tirol (Áustria) e também em Praga (República Tcheca). Jan Nepomucký era tcheco, nasceu em Nepomuk (Bohemia), em 1340.









→ Em Schwalmstadt o casal Gombert (Dorothea e Falko) fazem uma festa anual para resgatar a memória dos “huguenotes” que vieram da França para trabalhar naquela região da Alemanha no séc. XVIII. Também naquela cidade, conhecemos a “olaria” da Mônica. Viúva, Mônica tenta sozinha, manter uma tradição da família desde 1.600 mais ou menos. Depois de uma exímia demonstração do manuseio da argila para chegar ao formato desejado, ela nos mostrou um muro muito antigo ali ao lado. As peças perdidas na fábrica de cerâmica eram jogadas morro abaixo, por cima do muro. Hoje essas peças são buscadas para também resgatar o estilo das pinturas e desenhos nos objetos daquela época remota.


Dorothea usando traje típico na festa "huguenote".


Cidade de Schwalmstadt. Ao fundo uma casa típica - Fachwerkhäuser


Cerâmica da olaria da Mônica, em Schwalmstadt

→ Somos todos, cidadãos do mundo, cadastrados e rastreáveis. “Google” localizou lá da Alemanha: América do Sul, Brasil, Juiz de Fora, Rua Dom Pedro II. Identificamos facilmente o rio Paraíbuna, nossa casa e toda a área ao redor. A foto é de satélite e recente. Dizem que a CIA tem isso em tempo real.

→ Um programa computadorizado de navegação em automóveis é bastante difundido e usado na Europa. Assim, nosso amigo não ficou temeroso de errar o endereço. Foi só digitar o endereço e passou a ser rastreado e monitorado pelo satélite, recebendo de viva voz todas as direções necessárias.

→ Ah! O verão europeu! Tão curto e tão valorizado. Os parques, beira de rio e áreas verdes em dias ensolarados ficam lotados; e é normal o nudismo...



→ A Alemanha não cobra pedágio nas auto-estradas. Algumas delas são de alta velocidade: livre para a 4ª pista, da esquerda. Em nenhuma cidade européia encontramos “lombadas”.

→ A dona-de-casa alemã não pode ter uma empregada, pois a prestação de serviços é muito cara. Mas ela tem seus “luxos” também: lavadoras de roupa e de louça são obrigatórias, bem como a secadora de roupa. As torneiras da casa têm, o ano todo, água na temperatura desejada: se levantar a alavanca girando para a direita, temos água gelada; se para a esquerda, água quente.

→ Os alemães convivem pacificamente com os estrangeiros que moram e trabalham ali. A estimativa é de que há três milhões de muçulmanos na Alemanha atualmente. Os homens muçulmanos se vestem como qualquer ocidental, mas as mulheres... vimos muitas totalmente cobertas com a “burka” preta. Os judeus continuam vivos e ativos por lá – o número de sinagogas é significativo – apesar do extermínio determinado pelo “regime socialista” de alguns anos atrás. É interessante observar que a maioria dos alemães não gosta nem de pronunciar o nome “Hitler”, preferem dizer, na época do “national sozialismus”.


À esquerda Neiva. Ao centro mulheres muçulmanas.

→ No supermercado, vamos encontrar os “carrinhos” todos enfileirados na mais perfeita organização. Também não é pra menos: eles são presos numa corrente, ao depositarmos uma moeda, o carrinho se solta. Ao finalizar as compras, se encaixarmos o carrinho de novo na fila, teremos a nossa moeda de volta. Também, no supermercado existe uma máquina que recolhe os potes de vidro e depois emite um cupom que vale “x” Euros, no caixa. Não espere empacotador para suas compras e nem espere “ganhar” sacolas, leve a sua – de pano – preferencialmente.

→ Supermercados, padarias fecham às 18.00 h. Shoppings só abrem de segunda a sábado e apenas até às 22.00 h. Alguns dizem que a tradição cristã de guardar o domingo tem a ver com isso, mas outros dizem que a questão financeira (pagar hora extra é muito caro) fala mais alto.

→ Os meios de transporte são bastante eficientes – rápidos, confortáveis e econômicos – principalmente os trens: U-Bahn (metrô), S-Bahn (trem suburbano), Regional Bahn (trem regional) e o ICE (inter cities express), o trem-bala – que pode atingir 500 km/h.


Zulmir, Neiva e Katia na estação central de Munique.


Neiva e Zulmir a bordo do ICE, prontos para quase "decolar" de Munique à Frankfurt.

→ É absolutamente necessário acostumar-se com as máquinas (automatismo): para comprar passagens; pagar e pegar seu ticket de estacionamento; abastecer seu carro (não há frentistas), pedir informações que na maioria das vezes só aparecem escritas – na língua que você solicitar, mas não há muitas opções.

→ Os alemães e sua mania de perfeição – assim você vai encontrar nos trens: vagão para bicicletas, vagão para carrinho de bebê, vagão do silêncio - onde, teoricamente não é permitido emitir nenhum som. Certa vez viajamos num desses vagões e tudo estava de acordo até que um celular tocou... mas logo uma senhora idosa lançou o seu protesto!



→ Em Bielefeld nosso anfitrião nos mostrou um templo cristão que será vendido para a Comunidade judaica para se transformar em “sinagoga”! Também nos levou para jantar num restaurante – muito sofisticado, por sinal – exatamente onde era uma igreja! A história é essa: os membros que residiam ali por perto e congregavam naquela igreja, de repente foram surpreendidos pela construção de uma ampla avenida, cortando o bairro e passando em frente ao templo. Desgostosos com o movimento, mudaram de residência para mais longe. Os do lado direito da avenida construíram outro templo, e o mesmo aconteceu com os membros que ficaram à esquerda da avenida. O velho templo ficou abandonado e em ruínas. Então alguém resolveu comprá-lo por um Euro e investiu três milhões de Euros na restauração e instalação do restaurante. Foi-nos dito que o arquiteto só concordou em fazer a restauração desde que fosse mantido o formato original de igreja, deixando em aberto a possibilidade do prédio voltar a ser templo religioso!


Restaurante onde era uma igreja cristã.

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