terça-feira, 1 de julho de 2008

Sonhar, voar, viajar...

Sabia que sonhar, voar, viajar é possível sempre ?
Hoje, enquanto descansava na rede da varanda, redescobri essa verdade. Foi quando meus olhos acharam no céu uma pipa.



Quando criança, meu irmão e eu éramos parceiros de algumas brincadeiras. Houve a fase da paixão pelas pipas. Bastava pegar um pouco de linha da máquina de costura da mamãe, uma folha do caderno e... fazer voar! Bem ou mal, fazer a pipa voar nos enchia de alegria e realização.



Depois fiquei sabendo que a história das pipas data de muitos séculos e se confunde com a própria história da civilização. Na verdade esse “objeto inusitado realiza algo que o ser humano não realiza com suas próprias forças, que é o ato de voar, e desta forma atrai adultos e crianças em todo o mundo.
“As pipas e papagaios se transformam em extensões da mão querendo tocar nossas ilusões".



Hoje em dia com a facilidade de pesquisar (pois existem sites e informações para todos os assuntos possíveis e imagináveis) descobri que existe até a oração do pipeiro. Vejam:

ORAÇÃO DO PIPEIRO
"Senhor, acalmai os ventos.
Tornai nosso céu azul.
Abençoai nossas pipas e papagaios,
para que sejam lançadas com muita paz e segurança.
Senhor, iluminai nossas almas, para que dela flua uma beleza sincera e harmoniosa.
Senhor, tu és soberano, dai-nos a sabedoria divina para transformar nossos sonhos em realidade."

A essa altura minha curiosidade já estava aguçada e a imaginação voava longe...


“A história das pipas é recheada de mistérios, de lendas, símbolos e mitos, mas principalmente de muita magia, beleza e encantamento. Tudo deve ter começado quando o homem primitivo se deu conta de sua limitação diante da capacidade de voar dos pássaros. Essa frustração foi o mote para que ele desse asas a sua imaginação.
Teorias, lendas e suposições tendem a demonstrar que o primeiro vôo de uma pipa ocorreu em tempos e em várias civilizações diferentes, mas, com toda certeza, a data aproximada gira em torno de 200 anos antes de Cristo. O local: China.
Nos países orientais foi e continua sendo grande a utilização de pipas com motivos religiosos e místicos, como atrativo da felicidade, sorte, nascimento, fertilidade e vitória.”

Essa pipa representa o dragão chinês, com certeza.

Mas nós, ocidentais, também temos descoberto encantamento e paixão pelas pipas e até usado esse objeto como analogia para falar de nossa fé cristã.
Não estou exagerando, não. Eu me lembro muito bem de uma historinha que ouvia na Escola Bíblica Dominical, quando criança, cujo título era: “O papagaio que queria ser avião a jato”. E bem recentemente me chegou às mãos, ou melhor, às vistas (via internet) um artigo cuja mensagem é bem parecida com aquela da historinha para crianças. Transcrevo o artigo para você ver e conferir.

P. Adelmo Oscar Struecker escreveu:
Diz a Bíblia: Humilhai-vos perante o Senhor, e Ele vos exaltará. - Tiago 4:10
Hoje vamos falar de FIOS, CÍRCULOS, COISAS INCÔMODAS. Ray Bethell é um campeão mundial de papagaios voadores. Ele consegue que vários papagaios curvem e virem com tal precisão que se comportam como se fossem um. Quando vi um impressionante vídeo de Ray e dos seus três papagaios sincronizados, relembrei-me de um poema que tinha lido há muitos anos atrás.
Na biblioteca do Pastor aposentado, encontrei um livro bem usado que tinha as obras de John Newton. No interior estava um poema intitulado:
"O Papagaio; ou o orgulho tem de cair."
O papagaio do poema de Newton sonhava em ser liberto do seu fio:
"Se eu fosse livre, eu voaria,
atravessaria as nuvens para além da visão,
Mas, ah! Como um pobre limitado prisioneiro.
O meu fio circunscreve-me perto do chão."
O papagaio finalmente consegue libertar-se, mas em vez de se elevar bem alto, ao céu, cai no mar.
A analogia faz-me considerar alguns "fios" que me fazem sentir restringida. Votos. Promessas. Compromissos. Responsabilidades. Apesar dessas coisas fazerem-me sentir preso, Deus usa-as para me erguer. Como Tiago nos ensina, é a nossa disposição em nos humilharmos (ou subjugarmos) que Deus usa para nos elevar (Tiago 4:10).
Amado irmão: Antes de cortares algum fio, confirma se não é um dos que te está a elevar.
(P. Adelmo e Psicóloga Adri e Pablo)


Achei muito oportuna a reflexão para estes tempos pós-modernos onde as pessoas já não querem ficar presas a nada e a ninguém.

Também recentemente li um artigo intitulado “O menino, a pipa e o rato”. Ali o autor acha semelhança fantástica entre os três personagens e o Natal. Parece meio forçado! No entanto, como eu, você vai mudar de opinião se ler o artigo na íntegra:

O MENINO, A PIPA E O RATO -


Fazer pipas é uma arte espirituosa, pois, inicia-se com uma cruz. Quatro palitos unem as pontas da cruz. Depois, coloca-se o papel resistente e o barbante. Enfeites a gosto, coloridos, refinados ou rústicos, dão brilho especial. A pipa está pronta para voar pelos céus, vista no horizonte, sustentada pela estrutura em forma de cruz e guiada pelo artífice que permanece no chão. A pipa ganha altura. Mas, em seu vôo, está segura, no chão, nas mãos habilidosas do artífice. O barbante sustenta a liberdade do vôo.
Há poucos dias, observei um menino, em campo aberto, no mirante da chapada, soltando pipas. Havia aquela alegria e diálogo silencioso entre o menino, a pipa e o vento! O menino faz a diferença para a pipa. A pipa faz a diferença para o menino. Os dois estão ali, numa cumplicidade completa. E ambos fazem a festa. Um não se realiza sem o outro. Enquanto isso, os ratos do cerrado corriam, medrosos e espantados pela alegria do menino e da pipa. Ali, lembrei-me do Natal. Semelhança fantástica!
No Natal, o menino nasce. “Seu nome será Emannuel, Deus conosco”. É assim que o anjo anuncia o nascimento do menino. Ele vem “dos altos céus” para viver conosco. Mas não é de um jeito natural, segundo a idéia de cada um, preso em sua maneira de ser. Sua presença e vida entre nós fazem diferença. Sua presença faz a humanidade voar, sonhar, ter horizontes, ter esperança, fé e amor.
Na sua presença e ação em meio à humanidade, estamos sendo transformados de ratos em pipas. Sem Emannuel, somos como ratos que vivem nos lixões, escravizados pelo medo dos gatos, dos meninos e das meninas, presos nas ratoeiras dos habitantes dos palácios e mortos pelo veneno misturado à comida saborosa. Com Emannuel, somos como pipas. Voamos pelos horizontes, como pássaros, mas estamos em terra firme na mão do Senhor que conduz nosso vôo, guiando-nos barbante da liberdade como uma pipa. A confiança está na Palavra da Cruz do menino que sustenta a nossa estrutura. (Pastor Teobaldo Witter)


Então, esta analogia não é ótima também?
Mas, voltando à pergunta inicial:
É possível sonhar, voar, viajar, sempre? Acho que agora podemos dizer com segurança:
Sim, com os pés no chão, apenas nas asas da imaginação!



Puxa! Pena que nos anos 50 não era tão fácil tirar fotos como hoje. Se não, com certeza, meu mano César e eu teríamos uma lembrança mais concreta daqueles bons tempos de subir num morrinho e descer correndo para fazer a pipa alçar vôo. Em todo caso, para terminar uma foto da infância, pelo menos.



Sopre ao vento os seus sonhos,eles irão se espalhar e voltar a você em forma de realidade ...


Até a próxima.
(;-)