segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Filtros e peneiras

Há meio século atrás, ainda bem recordo, usávamos em casa um filtro de barro com duas “velas” brancas que serviam para filtrar a água. De vez em quando minha mãe precisava lavar as velas que acabavam ficando vermelhas após algum tempo de uso. Já na fazenda, a água para beber era buscada de uma fonte cristalina; ainda assim, minha avó improvisava um filtro: era um pano fininho colocado na boca do pote de barro por onde a água passava para ficar guardada.



Hoje, com a nova mania das águas engarrafadas, os velhos filtros de barro estão um pouco fora de uso. A maioria das pessoas opta pela água – dita mineral – em recipientes de plástico porque acham mais seguro. Outros preferem filtros mais modernos e eficientes. (Sobra a pergunta, será que nesse processo, a água também não se contamina com alguns tipos de produtos químicos usados na purificação? E o que dizer sobre a água em recipiente de plástico? Pesquisas revelam que o plástico quando aquecido libera componentes químicos cancerígenos que contaminam o conteúdo dessas embalagens. Difícil escolher o que é menos perigoso no nosso mundo moderno e facilitado, não é mesmo?)



De qualquer maneira, filtros são importantes e por isso muito se tem cobrado de indústrias poluidoras do meio ambiente. O filtro industrial ou a nossa velha peneira usada na cozinha, ambos têm a mesma função: separar, reter alguma coisa – seja ela boa, para ser guardada, ou ruim cujo destino deve ser o lixo.


Outras coisas surpreendentes os filtros podem fazer. Recentemente li um artigo de Robert J. Tamasy e fiquei surpresa ao saber o que um fotógrafo habilidoso consegue fazer com filtros. “O filtro em uma câmara fotográfica é uma ferramenta fantástica na criação de efeitos especiais. Há filtros que podem produzir explosões ou riscos de luz à noite, gerar efeitos nas bordas da imagem ou simplesmente um matiz na coloração, dando à imagem um aspecto envelhecido. Não importa o filtro utilizado; todos afetam a imagem capturada pelas lentes”. Observe o efeito dos filtros em câmaras nas duas fotos abaixo: uma corrida e o nosso astro Sol.



Analogicamente podemos dizer que usamos um tipo de filtro todos os dias para interpretar e peneirar o que vemos e ouvimos. O filtro que usamos de maneira consciente ou não, é que vai nortear a nossa vida. De acordo com Tamasy, “essa cosmovisão ajuda a moldar nossos valores e estabelecer nossas prioridades, influenciando a forma como reagimos a situações e acontecimentos do cotidiano”.
Ainda nesse mesmo artigo, C. S. Lewis, famoso pensador, estudioso e escritor britânico, é citado como alguém que descrevia sua visão de mundo  o filtro espiritual que governava sua vida  da seguinte maneira: “Eu creio no cristianismo, assim como creio que o sol se levantou; não porque eu o vejo, mas porque por ele vejo todas as demais coisas”. Lewis estava dizendo que, depois de ter descoberto o que ele entendeu ser a verdade, ela coloriu ou filtrou cada aspecto de sua vida. Alguém expressou esse mesmo conceito de forma ligeiramente diferente: “Uma vez tendo visto a verdade, você não pode deixar de vê-la.” Tamasy prossegue perguntando:
“Qual é o filtro que você usa para experimentar e observar a vida à sua volta, e que o leva a tirar conclusões daquilo que vê?”


Então ele explica que esses “filtros” são as nossas crenças que nos motivam e impulsionam a agir de uma forma ou outra. Nossos objetivos, valores e predisposições são afetados por essa maneira de vermos e filtrarmos o mundo a nossa volta.
Tamasy nos convida a examinarmos a Bíblia para desenvolvermos ao longo da caminhada uma cosmovisão ancorada em uma genuína fé em Deus:


“Deus tem um plano. Os que crêem em Deus e O seguem fielmente, confiam que Ele tem um plano claro e específico para cada aspecto de sua vida. “Porque sou Eu que conheço os planos que tenho para vocês, diz o Senhor, planos de fazê-los prosperar e não de lhes causar dano, planos de dar-lhes esperança e um futuro” (Jeremias 29.11).

. Deus está no controle. Mesmo em tempos desesperadores, aparentemente sem esperanças, Deus ainda está trabalhando ativamente para cumprir Seu propósito em favor dos melhores interesses do Seu povo. “Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que O amam, dos que foram chamados de acordo com o Seu propósito” (Romanos 8.28).

. Deus sabe o que é melhor. Podemos traçar estratégias cuidadosas, confiando em que sabemos o que fazer, mas Deus sempre prevalecerá, nos guiando na direção de resultados ainda melhores do que aqueles que imaginamos ou esperamos. “Em seu coração o homem planeja, mas o Senhor determina os seus passos” (Provérbios 16.9).”

Que Deus fortaleça a nossa fé e que possamos usar corretamente os “filtros” que nos são presenteados em Sua Palavra.

E para terminar nossa reflexão vamos acrescentar um texto cuja autoria é desconhecida:

As três peneiras


"Olavo foi transferido de seção. Logo no primeiro dia, para fazer média com o novo chefe, saiu-se com esta:
- Chefe, o senhor nem imagina o que me contaram a respeito do Silva. Disseram-me que ele... Nem chegou a terminar a frase o chefe apartou:
- Espere um pouco, Olavo. O que você vai me contar já passou pelo crivo das três peneiras?
- Peneiras? Que peneiras?
- A primeira, Olavo, é a da VERDADE. Você tem certeza de que esse fato é absolutamente verdadeiro?
- Não, não tenho certeza. Como posso saber? O que sei, foi o que me contaram. Mas eu acho que ...
E novamente é interrompido pelo chefe:
- Então sua história já vazou a primeira peneira. Vamos então a segunda peneira que é a da BONDADE. O que você vai me contar, gostaria que os outros também dissessem a seu respeito?
- Claro que não! Deus me livre, chefe – diz Olavo assustado.
- Então – continua o chefe – sua história vazou a segunda peneira. Vamos ver a terceira, que é a da NECESSIDADE. Você acha mesmo necessário me contar esse fato ou mesmo passá-lo adiante?
- Não, chefe. Passando pelo crivo das peneiras, vi que não sobrou nada do que iria contar – fala Olavo surpreendido.
- Pois é, Olavo, já pensou como as pessoas seriam mais felizes se todos usassem essas peneiras? – diz o chefe e continua: - Da próxima vez que surgir um boato por aí, submeta-o ao crivo das três peneiras: VERDADE – BONDADE – NECESSIDADE, antes de obedecer ao impulso de passá-lo adiante, porque:
- Pessoas inteligentes falam sobre idéias;
- Pessoas comuns falam sobre coisas;
- Pessoas medíocres falam sobre pessoas."

Não é a mais pura verdade?
(;-)

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

O preço da modernidade


Há pouco recebi um desses e-mails espalhafatosos, com letras garrafais, tentando alertar sobre o perigo de tomar água de embalagens que ficam no carro. A água contida nesses recipientes de plástico aquecem com o sol e com o calor, se contaminam com os elementos químicos do plástico e podem causar o câncer de mama. A recomendação é para que usemos apenas frasco térmico ou garrafa de vidro.
Poderia ser mais uma dessas notícias exageradas que circulam pela Internet, pensei. Mas, no mesmo dia, casualmente enquanto folheava a revista Seleções de setembro de 2008, um artigo da seção Meu planeta (pág.31), me chamou a atenção e li com avidez. A autora, Mariusa Colombo é bióloga, especialista em Saneamento Ambiental e mestre em Desenvolvimento Sustentável e Gestão de Sistemas Agroambientais da Universidade de Bolonha, Itália – portanto, uma pessoa “credenciada” para falar sobre o assunto. E ela o faz de maneira clara, simples e convincente:
“Nosso dia-a-dia está repleto de facilidades, coisas simples, aparentemente banais. Estupendas panelas antiaderentes, que fazem com que a comida não grude; desodorantes que duram um dia inteiro; comidas prontas – cozidas e embaladas; carros ou aviões que, em pouco tempo, nos transportam a velocidades inimagináveis de um ponto a outro do globo. Tudo, graças à modernidade.”
Mas, por tudo isso pagamos um preço, e caro.
A autora do artigo afirma que substâncias tóxicas, algumas já conhecidas e outras que estão sendo descobertas, e também poluentes estão presentes nesses pequenos “detalhes” do nosso cotidiano. E o pior, essas substâncias podem parar no único lugar onde não deveriam: dentro do organismo humano e causar danos. “Essas substâncias estão escondidas nos aromas maravilhosos dos xampus e condicionadores; no composto antiaderente das panelas; em materiais sintéticos à prova de água e de fogo, como aquele com o qual é feito o estofado de nossos carros e as poltronas dos aviões (que contém retardantes de fogo); no plástico que usamos na cozinha para guardar ou aquecer alimentos.”
O mais inquietante é que esses produtos químicos industriais parecem estar presentes na nossa vida de forma definitiva, pois restará alguma outra opção para nós?
Você pode estar pensando em esquecer esses exageros para não ficar paranóica/o, mas a autora das denúncias é uma estudiosa do assunto e fundamenta muito bem suas colocações.
“Tapetes, carpetes e almofadas, colchões e travesseiros de espuma podem conter o aditivo PBDE (éter difenil polibromado), que estaria associado a danos à saúde humana (náuseas, dor abdominal, perda de apetite e de cabelo); cortinas, tintas, papéis de parede e pisos vinílicos, esmaltes de unhas, xampus, perfumes, desodorantes, brinquedos, potes, garrafas e embalagens plásticas podem conter ftalatos; sabonetes antimicrobianos, coleiras antipulgas, produtos contra insetos e cupins, frutas e verduras mal lavadas podem conter pesticidas; carnes gordurosas, pescados e laticínios podem conter dioxinas, um poderoso veneno que se acumula nas cadeias alimentares; mamadeiras e vasilhas plásticas feitas de policarbonato (material utilizado em garrafas mais rígidas) podem conter bisfenol (responsável por disfunões reprodutoras em cobaias de laboratório – e no homem?)”
A autora do artigo ainda afirma que pesquisas no mundo todo estão sempre sendo feitas, mas ainda pouco se sabe sobre o impacto desses “ingredientes” no organismo humano. Conclui que a dimensão deste problema é grande, pois grande parte da economia global se apóia nas indústrias químicas e nos produtos por elas fabricados. Esses compostos são usados tanto em processos como em produtos finais para o nosso consumo.
Então, cientes dos fatos, como fica o nosso zelo e cuidados pelo bem estar e saúde de nossa família e de nós mesmas? Mariusa diz “sempre que possível, procuro desodorantes sem alumínio, comidas sem corantes, conservantes e plásticos; tintas e vernizes naturais, roupas de algodão”, mas admite que muitas vezes fica sem opção. Difícil desvencilhar dessa teia! Pense nisso quando fizer suas escolhas!

sábado, 9 de agosto de 2008

Meu refúgio - não muito secreto...

Para quem enfrenta trânsito, sinaleiras, passos apressados de muita gente e tudo isso cercado de concreto por todos os lados, nada melhor do que ter um lugar para refugiar-se. O meu “refúgio” não é tão secreto assim; muitas outras pessoas já descobriram e amam esse lugar especial. Um lugar que tem o poder de acalmar e levar à contemplação...


“Que variedade, Senhor, nas tuas obras! Cheia está a terra de tuas riquezas. Em tuas obras há glória e majestade.” Salmos 104.24 e 111.3

Esse lugar é antigo e eternamente belo. E de tão belo e arrebatador, até mereceu uma declaração de amor!

DECLARAÇÃO DE AMOR – Manuel Bandeira
Juiz de Fora! Juiz de Fora!
Guardo entre minhas recordações
Mais amoráveis, mais repousantes
Tuas manhãs!

Um fundo de chácara na Rua Direita
Coberto de trapuerabas
Uma velha jaboticabeira cansada de doçura
Tuas três horas da tarde.
Tuas noites de cineminha namorisqueiro.
Teu lindo parque senhorial mais segundo reinado
Do que a própria Quinta da Boa Vista.
Teus bondes sem pressa dando voltas vadias.

Juiz de Fora! Juiz de Fora!
Tu tão dentro deste Brasil!
Tão docemente provinciana.
Primeiro sorriso de Minas Gerais!



Ah! Tuas manhãs! Tão cheias de luz, tão deslumbrantes... que até me fazem ecoar nos ouvidos uma velha canção do hinário cristão:
“Deixa a luz do sol entrar. Deixa o sol em ti nascer
Abre o coração e deixa Cristo entrar e o sol em ti raiar!"



Essa paz imperturbável e que atravessa o tempo, nos faz lembrar a poetiza
Cora Coralina:
"Melhor do que a criatura,
fez o Criador a criação.
A criatura é limitada.
O tempo, o espaço,
normas e costumes.
Erros e acertos.
A criação é ilimitada.
Excede o tempo e o meio.
Projeta-se no Cosmos"



Meu "refúgio" tem palmeiras, maritacas barulhentas e alegres...



Bom é chegar lá bem cedinho, espreguiçar com os cisnes, dar bom dia à passarada que sempre volta para provar do fruto da velha jaboticabeira cansada de doçura!





Depois, devagarinho é ir se aquecendo, pegar o embalo e caminhar pela trilha com outros que também querem manter a boa forma. Nosso refúgio serve para isso também!



Seus jardins - há pouco formados - ainda não ganharam a exuberância de outros mais famosos, mas com certeza chegam lá...



Por capricho, um canteiro de suavidade na minha cor preferida de flores!





Nosso parque, "mais segundo reinado do que a própria Quinta da Boa Vista", ganhou ares de modernidade ultimamente, com seus pedalinhos...



... gazebos namorisqueiros!



E outros sinais novinhos em folha...





A modernidade, entretanto não apagará a memória de sua origem no segundo reinado.



Também resgatará suas estátuas antigas, ainda que do fundo do lago.



Quando chega o fim-de-semana... que festa! Meu refúgio é de todos também e para lá afluem muitas pessoas.



É um lugar delicioso, especialmente para meninos/as. As delícias começam antes de chegar no portão de entrada. Apertados, na calçada estreita do lado de fora, eles oferecem de tudo:
Pipoca, picolé ...



algodão doce, milho verde...



E por que não, jogar ao vento as bolhinhas de sabão e com elas, emergir nossas lembranças de um tempo cheio de pureza e encantamento. .



Também é impossível dispensar aquele algodão doce quase do seu tamanho!



Parece que o papai vai desembolsar de novo, pois a primeira pipoca do seu pimpolho ficou no chão.



Todos cabem nesse espaço gratuito e democrático:
jovens pais com seu filhinho,



vovós e vovôs paparicando seu netinho,






e todas as crianças que ali chegarem.



Mas, aos poucos, todos vão embora. Luzes mágicas aparecem para não deixar o lugar perder o seu encanto.





Pássaros em revoada procuram seus abrigos.



As sombras vão tomando conta.



Mais um dia chega ao fim.



Os astros da noite vão surgindo.



Novamente uma outra velha canção do hinário cristão está no ar:
"Finda-se este dia que meu Pai me deu.
Sombras vespertinas cobrem já o céu.
Oh, Jesus bendito, se comigo estás
eu não temo a noite, vou dormir em paz."

O que sobrou? As "maçãs do amor"... Não querendo voltar para casa sem antes cumprirem o seu papel, despencam no preço. Agora são duas por R$1,00!



E bem na boca da noite...
"Lá longe, perto do céu,
há um incêndio, um fogaréu
uma floresta a queimar?!
-Não, não! É um palácio de ouro,
de ouro, de ouro..."
Na boca da noite, lá longe, no horizonte!



Pois é, amigos e amigas,
Ver
A vida
As pessoas
As formas
É um detalhe
MAS
Viver
De bem com a vida
Amando as pessoas
De todas as formas
É um detalhe
Que faz toda diferença!

Até a próxima (;-)

terça-feira, 1 de julho de 2008

Sonhar, voar, viajar...

Sabia que sonhar, voar, viajar é possível sempre ?
Hoje, enquanto descansava na rede da varanda, redescobri essa verdade. Foi quando meus olhos acharam no céu uma pipa.



Quando criança, meu irmão e eu éramos parceiros de algumas brincadeiras. Houve a fase da paixão pelas pipas. Bastava pegar um pouco de linha da máquina de costura da mamãe, uma folha do caderno e... fazer voar! Bem ou mal, fazer a pipa voar nos enchia de alegria e realização.



Depois fiquei sabendo que a história das pipas data de muitos séculos e se confunde com a própria história da civilização. Na verdade esse “objeto inusitado realiza algo que o ser humano não realiza com suas próprias forças, que é o ato de voar, e desta forma atrai adultos e crianças em todo o mundo.
“As pipas e papagaios se transformam em extensões da mão querendo tocar nossas ilusões".



Hoje em dia com a facilidade de pesquisar (pois existem sites e informações para todos os assuntos possíveis e imagináveis) descobri que existe até a oração do pipeiro. Vejam:

ORAÇÃO DO PIPEIRO
"Senhor, acalmai os ventos.
Tornai nosso céu azul.
Abençoai nossas pipas e papagaios,
para que sejam lançadas com muita paz e segurança.
Senhor, iluminai nossas almas, para que dela flua uma beleza sincera e harmoniosa.
Senhor, tu és soberano, dai-nos a sabedoria divina para transformar nossos sonhos em realidade."

A essa altura minha curiosidade já estava aguçada e a imaginação voava longe...


“A história das pipas é recheada de mistérios, de lendas, símbolos e mitos, mas principalmente de muita magia, beleza e encantamento. Tudo deve ter começado quando o homem primitivo se deu conta de sua limitação diante da capacidade de voar dos pássaros. Essa frustração foi o mote para que ele desse asas a sua imaginação.
Teorias, lendas e suposições tendem a demonstrar que o primeiro vôo de uma pipa ocorreu em tempos e em várias civilizações diferentes, mas, com toda certeza, a data aproximada gira em torno de 200 anos antes de Cristo. O local: China.
Nos países orientais foi e continua sendo grande a utilização de pipas com motivos religiosos e místicos, como atrativo da felicidade, sorte, nascimento, fertilidade e vitória.”

Essa pipa representa o dragão chinês, com certeza.

Mas nós, ocidentais, também temos descoberto encantamento e paixão pelas pipas e até usado esse objeto como analogia para falar de nossa fé cristã.
Não estou exagerando, não. Eu me lembro muito bem de uma historinha que ouvia na Escola Bíblica Dominical, quando criança, cujo título era: “O papagaio que queria ser avião a jato”. E bem recentemente me chegou às mãos, ou melhor, às vistas (via internet) um artigo cuja mensagem é bem parecida com aquela da historinha para crianças. Transcrevo o artigo para você ver e conferir.

P. Adelmo Oscar Struecker escreveu:
Diz a Bíblia: Humilhai-vos perante o Senhor, e Ele vos exaltará. - Tiago 4:10
Hoje vamos falar de FIOS, CÍRCULOS, COISAS INCÔMODAS. Ray Bethell é um campeão mundial de papagaios voadores. Ele consegue que vários papagaios curvem e virem com tal precisão que se comportam como se fossem um. Quando vi um impressionante vídeo de Ray e dos seus três papagaios sincronizados, relembrei-me de um poema que tinha lido há muitos anos atrás.
Na biblioteca do Pastor aposentado, encontrei um livro bem usado que tinha as obras de John Newton. No interior estava um poema intitulado:
"O Papagaio; ou o orgulho tem de cair."
O papagaio do poema de Newton sonhava em ser liberto do seu fio:
"Se eu fosse livre, eu voaria,
atravessaria as nuvens para além da visão,
Mas, ah! Como um pobre limitado prisioneiro.
O meu fio circunscreve-me perto do chão."
O papagaio finalmente consegue libertar-se, mas em vez de se elevar bem alto, ao céu, cai no mar.
A analogia faz-me considerar alguns "fios" que me fazem sentir restringida. Votos. Promessas. Compromissos. Responsabilidades. Apesar dessas coisas fazerem-me sentir preso, Deus usa-as para me erguer. Como Tiago nos ensina, é a nossa disposição em nos humilharmos (ou subjugarmos) que Deus usa para nos elevar (Tiago 4:10).
Amado irmão: Antes de cortares algum fio, confirma se não é um dos que te está a elevar.
(P. Adelmo e Psicóloga Adri e Pablo)


Achei muito oportuna a reflexão para estes tempos pós-modernos onde as pessoas já não querem ficar presas a nada e a ninguém.

Também recentemente li um artigo intitulado “O menino, a pipa e o rato”. Ali o autor acha semelhança fantástica entre os três personagens e o Natal. Parece meio forçado! No entanto, como eu, você vai mudar de opinião se ler o artigo na íntegra:

O MENINO, A PIPA E O RATO -


Fazer pipas é uma arte espirituosa, pois, inicia-se com uma cruz. Quatro palitos unem as pontas da cruz. Depois, coloca-se o papel resistente e o barbante. Enfeites a gosto, coloridos, refinados ou rústicos, dão brilho especial. A pipa está pronta para voar pelos céus, vista no horizonte, sustentada pela estrutura em forma de cruz e guiada pelo artífice que permanece no chão. A pipa ganha altura. Mas, em seu vôo, está segura, no chão, nas mãos habilidosas do artífice. O barbante sustenta a liberdade do vôo.
Há poucos dias, observei um menino, em campo aberto, no mirante da chapada, soltando pipas. Havia aquela alegria e diálogo silencioso entre o menino, a pipa e o vento! O menino faz a diferença para a pipa. A pipa faz a diferença para o menino. Os dois estão ali, numa cumplicidade completa. E ambos fazem a festa. Um não se realiza sem o outro. Enquanto isso, os ratos do cerrado corriam, medrosos e espantados pela alegria do menino e da pipa. Ali, lembrei-me do Natal. Semelhança fantástica!
No Natal, o menino nasce. “Seu nome será Emannuel, Deus conosco”. É assim que o anjo anuncia o nascimento do menino. Ele vem “dos altos céus” para viver conosco. Mas não é de um jeito natural, segundo a idéia de cada um, preso em sua maneira de ser. Sua presença e vida entre nós fazem diferença. Sua presença faz a humanidade voar, sonhar, ter horizontes, ter esperança, fé e amor.
Na sua presença e ação em meio à humanidade, estamos sendo transformados de ratos em pipas. Sem Emannuel, somos como ratos que vivem nos lixões, escravizados pelo medo dos gatos, dos meninos e das meninas, presos nas ratoeiras dos habitantes dos palácios e mortos pelo veneno misturado à comida saborosa. Com Emannuel, somos como pipas. Voamos pelos horizontes, como pássaros, mas estamos em terra firme na mão do Senhor que conduz nosso vôo, guiando-nos barbante da liberdade como uma pipa. A confiança está na Palavra da Cruz do menino que sustenta a nossa estrutura. (Pastor Teobaldo Witter)


Então, esta analogia não é ótima também?
Mas, voltando à pergunta inicial:
É possível sonhar, voar, viajar, sempre? Acho que agora podemos dizer com segurança:
Sim, com os pés no chão, apenas nas asas da imaginação!



Puxa! Pena que nos anos 50 não era tão fácil tirar fotos como hoje. Se não, com certeza, meu mano César e eu teríamos uma lembrança mais concreta daqueles bons tempos de subir num morrinho e descer correndo para fazer a pipa alçar vôo. Em todo caso, para terminar uma foto da infância, pelo menos.



Sopre ao vento os seus sonhos,eles irão se espalhar e voltar a você em forma de realidade ...


Até a próxima.
(;-)