domingo, 16 de setembro de 2007

FOTOS E FATOS DE UMA VIAGEM...

Enquanto organizava assuntos, textos e fotos para descrever essa viagem recentemente feita à Europa, alguns sentimentos tomaram conta de mim:
• Gratidão a Deus por ter tido essa oportunidade;
• Reconhecimento da fragilidade humana.
Parece que desde os tempos mais remotos os homens tiveram o desejo de se imortalizar. A Bíblia relata o episódio da Torre de Babel que foi uma dessas tentativas de mostrar poder e domínio dos homens. A impressão é que nada mudou desde então. Os poderosos deste mundo desejam ser divinizados e imortais! Todos os monumentos que vimos no “Velho Mundo” são como que rastros luminosos de um passado cheio de glórias e conquistas aparentes. Digo aparentes, porque se formos estudar a história, identificaremos vilezas por trás de muitos atos!
A viagem e tudo que pude observar, levou-me a concluir: Deus quer que eu perceba quão frágil e passageiro é este mundo e seus impérios e quão belo é o seu projeto para minha vida! “Venha teu Reino, Senhor!”


"Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos" (Salmo 19.1)

Por onde andei nos meses de junho e julho. Como é a Alemanha?
Vou tentar responder de forma resumida a esta pergunta que tenho ouvido com freqüência.
Meu marido e eu ganhamos uma bolsa de estudos para desenvolver um projeto de trabalho relacionado com a pastoral do idoso – da igreja a qual pertencemos: IECLB (Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil) e da EKD (Evangelische Kirche in Deutschland), na Alemanha. Assim, estivemos na Alemanha a maior parte do tempo, pesquisando e estudando o assunto. Visitamos várias instituições que cuidam de idosos e deficientes em diferentes partes na Alemanha. Além do estudo, tivemos a oportunidade de fazer um pouco de turismo na Alemanha e para além das fronteiras da Alemanha, por conta própria, e passar um tempo junto com a filha e genro que moram em Munique.


Rafael e Kátia, Neiva e Zulmir - comemorando meu aniversário em um restaurante indiano em Munique

Viajando e observando ...
1) Alemanha como um destino turístico predileto
2) O que pudemos ver de perto e apreciar do ponto vista turístico e cultural na Alemanha e alguns países vizinhos:
2. A) Nosso turismo fora da Alemanha.
2. B) Munique
2. C) Turismo na Alemanha
3) O “Kirchentag”(Dia da Igreja Luterana) na Alemanha
4) Alemanha dentro do contexto da UE (União Européia)
5) Situações curiosas, engraçadas ...
6) O Sistema Educacional alemão
7) O tema-estudo de nossa viagem de intercâmbio com a EKD (Evangelische Kirche in Deutschland) – Igreja Evangélica Luterana da Alemanha.

1. ALEMANHA COMO UM DESTINO TURÍSTICO PREDILETO

Recentemente a Alemanha tornou-se o destino cultural número dois da Europa, depois da França e antes da Itália, conforme relata a revista Deutschland. Não é de se admirar – 2000 anos de história cultural européia deixaram suas marcas na Alemanha. Em poucos países, os turistas encontram tal densidade de atrações naturais e culturais.
Petra Hedorfer, diretora-presidente da Central Alemã de Turismo (DZT), afirma que a Copa do Mundo de 2006 foi um tiro certeiro para toda a Alemanha. “Milhões de pessoas em todo o mundo – e não somente torcedores de futebol – olharam para o nosso país. Tenha sido pela televisão ou ao vivo na Alemanha, eles vivenciaram uma festa maravilhosa e puderam convencer-se da jovial e pacífica cordialidade do sonho de verão alemão”.
Bem, se você está convencido de que vale a pena fazer turismo na Alemanha, mas não sabe exatamente por onde começar, aqui vão algumas sugestões – ainda segundo a revista Deutschland:

→ Berlin. Naturalmente. E sempre Berlin. Passar as férias em Berlin pode significar quase tudo, como por exemplo uma viagem cultural por mais de 175 museus que abrigam história, cultura e conhecimento, com coleções excepcionais como as da Ilha dos Museus. E quem aposta mais na wellness, pode se recuperar, por exemplo, num navio de banhos no Spree, onde também se pode nadar numa piscina no inverno. Ou se viaja um par de quilômetros para fora da cidade com o trem de subúrbio S-Bahn, descobrindo em Potsdam a paisagem mágica de castelos e jardins, em meio a lagos e bosques.



→ Castelo de Neuschwanstein. O castelo dos contos de fada, do rei Ludwig II, é o mais visitado da Baviera. Quantas vezes esse castelo foi fotografado? Ninguém sabe. Certo é que o infeliz rei bávaro morou ali apenas 172 dias. Ele não queria que o público tivesse acesso livre ao castelo, mas seis semanas após sua morte, seu castelo já estava aberto aos turistas.



→ A catedral de Colônia. A Kölner Dom, com suas duas torres de 157 metros de altura, é a igreja mais visitada na Alemanha. Segundo a tradição, abriga um grande tesouro: os restos mortais dos três reis magos.



→ O Staatstheater Stuttgart. Um dos maiores teatros da Alemanha nos três ramos: ópera, teatro e balé. Ele recebe regularmente menções honrosas.



→ A igreja Schlosskirche em Wittenberg, a cidade de Martinho Lutero, também foi eleita uma das atrações preferidas dos alemães.

sábado, 15 de setembro de 2007

2. A) NOSSO TURISMO FORA DA ALEMANHA

DINAMARCA
Viajar de Ladelund até Mogeltonder, na Dinamarca, é muito simples: basta pegar a estrada e passar pela fronteira, sem burocracia nenhuma. Afinal a Dinamarca faz parte da União Européia. Quando chegamos em Mogeltonder, a impressão era de que ainda continuávamos na Alemanha – região agrícola, o mesmo tipo de casas e muita gente loura – não fosse a língua e a moeda diferentes. Ali ouvimos falar de um príncipe agricultor! Caminhamos pela longa avenida de calçamento de pedras e chegamos ao portão de entrada do palácio do príncipe, mas infelizmente naquele horário estava fechado para visitas.


Neiva e Zulmir na fronteira da Alemanha com Dinamarca


Avenida com casas típicas


Palácio de um príncipe e agricultor dinamarquês

REPÚBLICA TCHECA - PRAGA


Segundo a lenda Praga foi fundada em 722, mas alcançou o seu apogeu na Idade Média, sob o imperador Carlos IV, que fundou a Universidade de Praga em 1.348 – a primeira universidade do Império. O movimento de reforma religiosa, deflagrado por Jan Hus, conduziu à tensão entre alemães (da colônia alemã ali existente) e tchecos. Os hussitas se apoderaram da Universidade de Praga e professores e estudantes alemães emigraram para Leipzig. Em 1541, um grande incêndio afetou gravemente a cidade. Fernando I abandonou-a por Viena em 1547.
Dentro desse rápido contexto histórico, pode-se entender melhor a importância da cidade no passado e de como as suas partes históricas são preservadas como monumentos nacionais.


Zulmir em frente ao Castelo de Praga

Chegamos à capital tcheca no final de junho e a cidade já estava “bombando” de turistas. Praticamente não precisamos do mapa para localizar os pontos turísticos, bastava seguir a multidão. Depois de atravessar o rio Vtava (Moldava) pela famosa ponte Karlov (ou Charles Bridge), subimos a colina Hradcany onde está o Castelo de Praga, atual residência do presidente da república e antiga residência dos reis da Boêmia; ao lado, a grande catedral gótica São Guido. Tivemos a sorte de estar por ali bem no horário da troca da guarda e assistimos todo o cerimonial (uns 15 minutos) que, aliás, supera a mais tradicional liturgia eclesial!


Neiva ao lado do Rio Moldava


A troca da Guarda

Ainda na “cidade velha” visitamos duas igrejas barrocas: a de São Nicolau e a igreja de Loreto. Na praça, em frente à igreja de São Nicolau, tentamos fotografar a enorme estátua do precursor de Lutero, João Huss, mas estava em reforma. A praça da Cidade Velha (Staromestke Namesti) é o centro dos acontecimentos – com muitas bandas se apresentando por ali, até música brasileira ouvimos; muitas carruagens para passeios turísticos, como nos velhos tempos; e muitos “pequenos shows” onde as pessoas podiam deixar sua contribuição no chapéu colocado na frente. Perto da praça, testemunhamos milhares de câmaras fotográficas voltadas para o relógio astronômico do astrônomo Tycho Brahe. Algo ultrapassado atualmente, mas que representou muito na época.


Igreja hussita - estátua de João Huss (na praça) em reforma


Interior da Igreja hussita de São Nicolau

Na rota turística da cidade, tivemos a oportunidade de comer uma comida típica – não só da República Tcheca, mas dos povos eslavos de um modo geral - o “gulasch”; e comprar um souvenir: a boneca Matruska (ou Babuska, como é chamada na Rússia).





Também passamos pelo bairro judeu com o gueto e o cemitério judaico, do século XII, e a velha sinagoga. Os judeus começaram a se estabelecer em Praga por volta de 960 AD e apesar das dificuldades, desastres naturais como incêndios, perseguição religiosa e social e muitas tentativas de expulsão, a comunidade judaica conseguiu sobreviver nos seus mil anos de história em Praga. Em 1994, o Museu Judeu em Praga foi estabelecido como uma organização não-governamental. Hoje o museu tem uma das maiores coleções da arte judaica no mundo, contendo cerca de 40.000 artesanatos e 100.000 livros aproximadamente! (Valores históricos e culturais têm o seu devido lugar, mas particularmente eu “adorei” a arte dos finos e belíssimos cristais da Boêmia nas vitrines da inesquecível Praga!)


Relógio astronômico

ÁUSTRIA
Da Áustria, pudemos conhecer a capital Viena, Innsbruck e Salesburgo (cidade natal de Mozart).

Viena é considerada a capital artística da Europa. Dificilmente um turista deixará de ser abordado por um homem vestido como Mozart a convidá-lo para um concerto – “how about a concert tonight?” Outro filho ilustre da terra cuja memória é preservada com orgulho é o vienense Sigmund Freud. Enfim, Viena com seus palácios, igrejas, museus e muitos monumentos conta a história de um passado glorioso: afinal foi nada mais nada menos, que a capital do Império Austro-húngaro!


Palácio Schönbrunn (foi residência da imperatriz Sissi)


Jardins do palácio e "Gloriette" no alto


No Centro Histórico


No Cenro Histórico


O Parlamento


Praça Mozart

Innsbruck
Passamos pela capital da região do Tirol austríaco apenas uma tarde, mas foi tempo suficiente para apreciarmos o seu centro histórico com prédios e casas típicos. Dali partimos para as montanhas (Alpes), acompanhados da filha e genro. Ficamos hospedados numa pousada em Mühltal – Wildschönau. O tempo estava bom naquele fim-de-semana e pudemos encher os olhos de paisagens deslumbrantes. Parece que ter balcões e beirais de janelas floridos é regra para cada chalé ou prédio. As pequenas vilas espalhadas entre as montanhas são absolutamente limpas e floridas. Não há nada que possa desmerecer um cartão postal. É uma região muito bem preparada para o turismo, tanto no verão como no inverno. Há trilhas bem sinalizadas por toda parte... e bancos para a gente poder descansar a cada par de quilômetros! Mas a região não vive só do turismo, a pecuária é forte ali. Aliás, pudemos constatar isso, vimos muitas vacas tirolesas com sininho no pescoço! O que não vimos foi a famosa flor branca chamada edelweiss!


Neiva e Kátia na "Cidade Velha" - Centro Histórico


Neiva e Zulmir na "Cidade Velha"


"Nossa" pousada no centro, vista do alto


Na sacada da pousada


Chalé típico dos Alpes austríacos


Caminhadas pelas trilhas, entre montanhas


Pausa para descanso, porque ninguém é de ferro!


A vaquinha tirolesa

Salesburgo
Ainda na Áustria, um dia reservado para conhecer a terra natal de Mozart. Somente o fato de ter um filho tão ilustre já seria suficiente para Salesburgo atrair turistas, mas a cidade tem seu charme particular. Por ser muito antiga, tem também seus tesouros históricos. Vale a pena conferir: a catedral, os jardins de Mirabel, a rua “Getreidegasse”, a casa onde Mozart nasceu, aquele castelo medieval no alto de um morro, etc.


Nos jardins do Palácio Mirabel


Fundo de paisagem: jardins, torre da Catedral, castelo na colina


Em frente à casa onde Mozart nasceu


No alto, o castelo medieval da cidade


A estátua do filho ilustre da terra: Mozart

SUÍÇA
Em Hasliberg/Hohfluh (região de Luzern) novamente os Alpes – agora com montanhas mais escarpadas e com os picos cobertos de neve, mesmo no verão! Região ideal para quem gosta de escalar montanhas ou esportes aquáticos, pois há também muitos lagos. A cor da água dos lagos lembra uma piscina.


Nos Alpes suíços, garganta de um rio


Ainda na garganta do rio


Cachoeira nos Alpes suíços


As montanhas escarpadas na Suíça


Neve eterna nos picos das montanhas

2. B) MUNIQUE

München


Munique é a capital e o centro cultural da Bavária, no sul. Palácios, monumentos e muitos marcos históricos revelam uma cidade antiga, mas Munique não deixa de ser muito moderna ao mesmo tempo. A cidade tem cerca de 1.2 milhões de habitantes e uma atmosfera descontraída – com pessoas de todas as raças e culturas. Como não podia deixar de ser, a catedral (der Dom) é um monumento, um cartão postal: a Igreja de Nossa Senhora; (no sul da Alemanha predominam os católicos). Na praça central (Marienplatz) está a antiga prefeitura que atrai milhões de câmaras fotográficas para o seu relógio. Infelizmente não pudemos apreciá-lo, pois estava em reforma. Mas, do alto de uma torre panorâmica, pudemos avistar o famoso estádio (que eles chamam de Arena) construído para a Copa de 2006. Bem perto da torre está a antiga Vila Olímpica, onde atletas judeus foram assassinados por palestinos fanáticos, num passado relativamente recente. Como na maioria das cidades européias, Munique tem seu cinturão verde e um cuidado grande pela preservação do meio ambiente. As ciclovias, por exemplo, são bem demarcadas e se você não tomar cuidado de observar essas faixas exclusivas para bicicletas, pode até ser atropelado por uma delas. O incentivo ao uso das bicicletas parece óbvio: quanto mais bicicletas nas ruas, mais carros na garagem e menos dióxido de carbono no ar. Aliás, meu genro vai para o trabalho de metrô ou de bicicleta, mesmo usando terno e gravata!


Dois brasileiros sobre uma das pontes do Rio Isar, na cidade


Cerveja e Bretze - muito apreciados na Bavária


Impossível não experimentar uma estando no Biergarten.


Zulmir, ao lado da Catedral


Neiva e Zulmir em fente à Prefeitura


Kátia e Neiva no Hofgarten


Neiva e Zulmir na Torre Panorâmica


"Arena" - Estádio visto da Torre


Vila Olímpica


Kátia e Zulmir num dos lagos da região


Zulmir - Schloss Herrenchiemsee - Palácio